Assistindo ao filme O Leitor, do diretor Stephen Daldry, uma característica da personagem de Kate Winslet me chamou a atenção: o orgulho. Hanna Schmitz, vivida por Kate, vai a julgamento e prefere assumir a culpa por algo que não fez a reconhecer um segredo pessoal.
E nós, quantas vezes, ao tomarmos uma atitude orgulhosa, também não nos aprisionamos? Você se lembra de circunstâncias em que preferiu sofrer uma penalidade repleta de dor por causa de seu orgulho?
Enxergamos o quanto é desgastante, por exemplo, lutarmos por fazer valer nossa própria opinião sobre outra, a de alguém muito querido, só porque não queremos admitir que estamos errados. Por orgulho, nos recusamos a reconhecer que o outro está com a razão e nós equivocados. Preferimos insistir no nosso ponto de vista, só porque tememos parecer, de algum modo, inferiores. Teimamos em apresentar uma imagem superior.
Em outras palavras, pagamos um preço muito alto para que essa máscara de falsa superioridade seja mantida. Achamos que esse preço de manter o orgulho intacto será menor do que o incômodo de afirmarmos nossas limitações e erros.
Acabamos, com isso, deixando um rastro de efeitos nocivos ao nosso redor, para nós e para as outras pessoas. É como um médico, por exemplo, que não assume seus limites e mantém orgulhosamente uma fachada de superioridade por aparentar saber fazer certos procedimentos técnicos. Ele poderá ser duramente desmascarado quando chegar um paciente e lhe exigir a execução eficiente desse procedimento que falsamente emite saber. Essa decisão orgulhosa talvez coloque em risco a vida do paciente, leve sofrimento à sua família e decrete o fim de sua carreira. Vale a pena pagar o preço desse orgulho?
Não seria muito mais construtivo e benéfico reconhecer suas limitações, pedir sinceras desculpas por qualquer erro e se dispor a aprender - e corrigir - o que o seu orgulho anteriormente impediu de aprimorar? Além do aprendizado vindo com o aprimoramento, ganha-se a consciência tranquila por ter agido sabiamente. E isso não tem preço, pois traz liberdade perpétua. Afinal, a disposição em aprender nos liberta das amarras do orgulho. É como diz a frase popular: "Entre ser feliz e estar com a razão, prefiro ser feliz."
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Vamos falar da arte?
Durante muito tempo, vivi sufocada por não conseguir praticar a arte e vivê-la como ela merece. Sou bruxa. Fato. Já fui católica, catequis...
-
Corpitcho lindo, não??? Quantas mulheres não adorariam ter um corpitcho lindo como o da Gigi (para os íntimos) :) Eu também!!!! Mas... ent...
-
A necessidade cria o amor ou ele existe? A questão é delicada e conduz a uma resposta que confunde mais do que explica. Sim, a necessidade c...
-
Um pouco sobre a espécie: Observada apenas nas proximidades do Rio Maranhão e em outra localidade no Estado de Minas Gerais (chegando a cons...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário