Halitose, o que é?
Por Eduardo Berger*
A halitose, também conhecida como mau hálito, é um problema que atinge mais de 30% dos brasileiros e é cercado de mitos e preconceitos. Não é uma doença, e sim um sinal de que algo no organismo está em desequilíbrio. Quando isso acontece, é necessário identificar a origem, para depois escolher o tratamento mais adequado. Existem mais de 50 causas, mas cerca de 90% dos casos advêm de problemas na boca, como higiene malfeita, placas bacterianas, baixa produção de saliva e doenças da gengiva. As moléstias do aparelho digestivo também podem provocá-lo, porém com incidência bem menor, ao contrário do que boa parte da população imagina. O principal entrave ao tratamento do mau hálito é o fato de o portador não perceber que tem o problema e de as pessoas que convivem com ele e sentem o odor desagradável preferirem não se indispor ao alertá-lo. Nesse caso, é importante superar o constrangimento e conscientizar quem tem halitose para a necessidade de buscar ajuda.
Um cirurgião dentista ou um otorrinolaringologista poderão ajudar no diagnóstico, mas se a origem não for bucal, provavelmente terá relação com problemas gastrointestinais. Um dos mais comuns e que causam a halitose é a Doença do Refluxo Gastroesofágico, sobretudo quando outros sintomas se manifestam paralelamente, como azia, arrotos, soluços, engasgos, dor atrás do osso esterno, sensação de corpo estranho na garganta ou de retorno de líquido azedo à boca, pigarro, rouquidão, tosse e aftas.
DICAS PARA AMENIZAR O MAU HÁLITO
1) Evite jejum prolongado, fracionando as refeições de 3 em 3 horas.
2) Beba bastante água.
3) Faça bochechos com produtos anti-sépticos ao levantar e pelo menos uma hora antes de algum contato mais próximo.
4) Faça exercícios de relaxamento para baixar o nível de ansiedade.
5) Não fique com a boca fechada por muito tempo. Movimentos repetitivos da mandíbula estimulam a produção de saliva.
*Eduardo Berger é gastroenterologista do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, em São Paulo
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